A felicidade encontra-se
dependurada…
Num momento, numa palavra, numa acção…
Nunca numa vida inteira,
á procura do que já sentimos e deixamos partir, sem dar a devida importância….
Alzira Macedo
Sei quem e o que és…
Nem de longe, nem de perto
duvidei quem eras…
um dia pousaste em minha janela
encantaste-me com teu cantar
com tua forma de estar
Protegido ou não pela luz do dia
vieste para ficar
e disso nunca irei abdicar
Vivo?
Vives em meu ser
nas minhas noites, mais tristes
nas minhas madrugadas mais solitárias
reflectido em cada olhar
em cada pensamento e em cada sonhar
És amante, amigo
cantando lindos versos de embalar
holograma…
sem ser…
posso te sentir, te ver
talvez nunca te pertencer
fazes parte deste meu viver
num espaço de dois mundos
diferentes, e tão iguais…
Desvaneces?
Não creio
Teu sorriso, tuas palavras
ficam marcadas para a eternidade
O amor sem realização
Mas constante em nosso coração
Ilusão…
de quem?
de ti de mim…
Não…
Vive eternamente nesta minha imensidão
Nesta minha arvore que floresce em cada manha
sem nada pedir…
sem nada exigir
Nada apagarei
nem mulher, nem amiga,
nem sonho, nem conquista
Nesta tela pintada por nós
ficará mais bela com cada cor
de cada sorriso, de cada lágrima,
de cada dor,
nesta busca de entender a realidade
A luz da esperança nasceu
dizendo…
Escolheste a melhor oportunidade que a vida te deu
Alzira Macedo
Temos um ditado muito popular em Portugal que diz:
“ sou como são Tomé, ver para crer…”
Esse ditado é mundial, também existe em varias línguas e é conhecido por vários países.
Este ano tive a feliz sorte que amigos meus Alemães decidiram viajar até o nosso lindo Portugal e passaram aqui duas semanas.
Nesse tempo tentei lhes mostrar um pouco das nossas relíquias culturais assim como as religiosas…
Sei que não são católicos nem praticantes, mas pensei que uma viagem até Fatima, Tomar, Nazaré, Figueira da Foz e para finalizar esse dia muito cativo Aveiro seria uma mais valia….
Então o dia antes da partida lhes falei da aparição de nossa senhora de Fátima aos 3 pastorinhos em 1917…
Em Alemão tentei explicar o que aconteceu, ficaram muito admirados, mas também muito retraídos e como disse meu amigo Uve, marido da minha melhor amiga Cláudia
(os dois Alemães) Sou como são Tomé ver para crer…
Nessa noite falamos das nossas religiões e do que acreditávamos, mas sem chegarmos a conclusão alguma….
Quando iniciamos a viagem até Fátima eles estavam muito além ou aquém das expectativas…
Ao chegarmos a Ourém e começaram a ver peregrinos a dirigirem-se para Fátima a pé, alguns descalços e com as varas de apoio, outros já exaustos com o cansaço de peregrino estampado no rosto….
Me perguntaram “Maria” nome com adoram me chamar e com o qual eu porto com orgulho…
Que se passa com esta gente? Porque andam assim na beira da estrada com coletes reflectores e varas de apoio?
então eu expliquei, …
eles ficaram a olhar um para outro muito sépticos…
pouco mais á frente começaram a ver os monumentos dos três pastorinhos, e foi aí que comecei novamente a explicar a historia da aparição em Fátima….
Eles bebiam tudo quanto eu explicava e olhavam admiradíssimos de um lado para o outro…
ao chegar ao recinto, começaram a ver a multidão que já lá existia, assim como as pessoas cumprindo as promessas…
Notei que eles alteraram a forma de pensar e começaram a entender o grão de seriedade e de sentimento assim como de crença que existia no nosso povo e em todos emigrantes que lá estavam pois perceberam que existia vários idiomas…
perguntaram se podiam fotografar disse que sim com emoção pois nesse recinto me sinto sempre muito emocionada…
começaram a fotografar, depois de lhes mostrar a azinheira, a nossa senhora de Fátima, a basílica, aonde colocámos as velas das promessas, de lhes contar onde o papa João Paulo II foi alvejado pelo Italiano (que hoje quer ser Nacionalizado Português)
Senti que eles estremeceram e ficaram mais sérios…·
Mostrei-lhes onde colocam as oferendas e flores para nossa senhora, ficaram parados algum tempo a observar o vai e vem das pessoas, os choros dos que pediram graças, e estavam lá para agradecer…
Então silenciosamente os dirigi para a nova sé…
Percorreram esse percurso sem nada dizer, fotografaram em silencio com medo de que se acordassem tudo isso tinha sido um sonho…
Quando chegamos ao monumento mais moderno ao entrar olhei para eles e vi que eles tiham o rosto desfeito…
pela curiosidade mas também um rosto mais espantado e mais serio…
Mais respeito pelo que estavam a viver…
depois de termos visitado o recito ao sairmos o Uve diz…
Sabes Maria nunca imaginei que ontem quando nos contaste a historia de Fatima eu irei sentir esta emoção, nunca pensei que fosse assim…
Eu apenas respondi… Uve e Claudia á certas coisas na vida que temos de ver para imaginar e podermos poder avaliar até mesmo sonhar…
Porque tudo que é contado, não chega aos calcanhares do que queremos transmitir…
Então eles me disseram na Alemanha se diz só acredito no que vejo…
E por coincidência ao passar numa porta da nova sé li
“Jesus Cristo disse a Tomé “ Feliz é aquele que acredita sem ver”
Quando eu lhes traduzi o que estava escrito naquela porta, eles ficaram, parados e pouco tempo depois disseram…
Obrigada Maria por nos ter trazido até aqui…
Não vamos ficar crentes em tudo, mas temos a sensação de que algo em nós aqui mudou…
Pode não ser acreditar, porque é muito cedo explicar, mas a certeza de que este lugar é sagrado e místico e que quando aqui entramos nos sentimos contagiados por algo inexplicável…
Ao sair do recinto, saíram mais calados, mais pensativos e ela Cláudia minha melhor amiga se virou para trás me pegou na mão e com outra mão dela mandou um beijo para o recinto….
deduzam o que quiserem, pensem o que quiserem…
Mas dentro de mim esta mensagem foi uma mensagem muito intima muito silenciosa mas muito verdadeira….
Algo deles ali ficou e algo de lá os acompanhou….
Hoje de manha os levei muito cedo ao aeroporto partiram em direcção de Colónia cidade mundialmente conhecida pela catedral que lá existe….
Logo que chegaram a casa me telefonaram e me disseram:
Maria é tão estranho, estarmos na Alemanha novamente, ao olhar para a catedral de colónia fez-me relembrar Fátima senti uma sensação estranha….
Eu sorri e disse Cláudia querida Foi bom vos ter tido aqui vou sentir muito tua falta, mas sei que nos encontraremos um dia destes…
quando eu voltar a Fátima te sentirei lá e tu quando fores a Colónia pensarás em mim e em Fátima….
Feliz é aquele que acredita sem ver….
Assim como é feliz aquele que tem amizades sinceras sem sempre, os ver….
Que este meu poste demorado vai-la a pena para todos os que acreditam sem ver…
Alzira Macedo
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