Voltei
Por quanto tempo não sei...
Senti vontade de regressar onde me senti tão feliz
pelo desabafo da alma,
Pelo singelo partilhar com os loucos que me entendem
Aqui estou
acho que tudo mudou
serei eu a mudada?
ou a nova etapa que tanto almejo
sempre gritei a dor da alma
mas nunca acompanhei seus passos
agora quero gritar
Quero tudo mudar
ou será apenas mais um desabafar
Quem me irá entender?
Se eu propria não o sei descrever
Tanta confusão
tanto sorriso em vão
lagrimas correm pela minha ousadia
sem forças para acompanhar tanta folia...
Pouco a pouco forças retomarei
e sinto que de vós jamais partirei
Disem que poetas são loucos
Não me considerando poeta
assumo que louca sou
é o pouco que apenas de mim restou...
Alzira Macedo
Preciso de ti
Quem vai a este mar por mim…
Lhe dar aquele abraço que tanto necessito…
Lhe dizer, o quanto eu sinto saudades, de o ouvir bater contra os rochedos
ao me tentar dizer o quanto eu devo viver sem olhar para trás…
Com tuas ondas enfurecidas, é assim que gosto de te observar
na tua agitação, como se a minha alma fosse …
Nasce em ti a espuma branca enraivecido, pela minha quebra de forças
És uma miragem que me encanta mesmo distante de ti
quantas vezes em ti me perdi
quantas lagrimas em ti derramei
e logo apos um sorriso conquistei
pela tua magia, pela tua força que me fez caminhar
e os meus obstáculos enfrentar.
Só tu tens o dom de me dar vida,
Por isso aqui choro bem longe de ti,
As saudades que em meu peito moram e não consigo soltar
apenas um grito surdo, um eco que não saí
mundo silencioso que não atinge a minha dor
apenas tu, foste meu conquistador
do despertar, este meu amor por ti…Mar…
Quero-me novamente a ti me entregar
rejuvenescer este meu método de caminhar
sem horizontes
sem minha poesia encontrar
sem rumo ao sorriso
sem conseguir enxergar
ai mar, mar, mar
tanta saudade eu tenho de ti e te abraçar…
Alzira Macedo
"Não falo, não suspiro, não escrevo teu nome. Mas a lágrima que agora queima a minha face me força a fazê-lo"
Penso em ti
Olhos fechados ou abertos
a cada amanhecer
um bom dia tenho de te dizer
sinto o teu sorriso
o teu olhar
consigo sentir o teu abraçar
no olhar o mar
paro para te recordar
no cantar dos pássaros
ouço tua voz
dos nossos momentos a sós
Nas minhas lágrimas
a dor
a ausência
a falta que tenho de te dizer adeus
De te abraçar mais uma vez
de te ver sorrir novamente
de sentir o teu calor
abraçado ao meu
do nosso olhar de cumplicidade
da tua tenra idade
Quanto de ti se foi
Quanto de ti ficou
Tivemos tão pouco tempo para nos descobrirmos
e repartirmos
tudo quanto aconteceu
em mim permaneceu
No silencio do meu sentimento
aqui te escrevo eu
para desaguar esta imensa saudade
deixar de sentir o vazio de ti
Nas recordações quero viver
para jamais te esquecer
Para ti meu Anjo
da tua madrinha
Alzira Macedo
Escrava de ti
Embriaguei-me no teu ser...
Refaz-me viver…
Nesta noite selvagem
do dar e do querer
do partilhar sem pertencer
quero ser uma louca mortal
em te amar
em te pertencer
de todos os males esquecer
aquece minha alma como só tu sabes
dá vida e brilho ao meu corpo de mulher
que vai perdendo o sentido do viver
dá-me uma prova desse teu amor
Deixa-me sentir teu coração
não quero sentir apenas ilusão
quero recomeçar a acreditar
nesse amar
que tanto se fala e não se vive
nesse ninho de emoções
nessa hora de confusão
onde a alma se mistura com a razão
não quero mais viver o dia sem sol
a noite sem estrelas
O melhor de mim foi entregue a ti
devolve-me a felicidade
que tanto quis dar
que perdi no momento não vivido
não partilhado
hoje sinto saudade dessa noite de loucura
acordo tantas vezes sozinha
um calafrio entra em meu corpo
recolhendo-me pela falta desse teu amar
dessa tua presença
acho que te amo demais
enquanto a ti tanto te faz
choro na saudade que me restou
pela falta que sinto de ti
tua voz vem de longe
teu timbre já pouco ouço
vais parecendo uma miragem
que outrora me conquistou
e hoje me abandonou
quero voltar a sentir-me desejada
em teus braços me aconchegar
em teus beijos me perder
e confundir-me nos teus…
Meus sonhos
Alzira Macedo
Quando a saudade existe….
A saudade aparece quando menos esperamos
Invade a alma, o tempo, sem a procurarmos
Instala-se suavemente como a lua se deita
não escolhe hora ou lugar
ela vem para ficar
é saudade do passado, das amizades, da vida vivida e não volta
consegue te magoar com sua revolta
Mas se ela existe a saudade
é porque existem sentimentos acentuados pela gravidade
do momento do presente
e do vazio que a gente sente
È a prova certificada de que o vazio está presente
dos momentos passados das pessoas que vieram e partiram
deixando-nos saudades e sozinhos
são as partidas que os amigos pregam ao nosso coração
caímos na armadilha de bom anfitrião
que iremos fazer com este vazio então
viver todos os momentos proibidos
todos os momentos vividos
nunca deixar o que um dia nos irá perseguir
porque a saudade…
Essa, não vai desistir
Irá te lembrar para a eternidade
o quanto somos pobres na realidade
pobres de viver, de sorrir, de aproveitar o momento
queremos passar a vida a correr
e por fim nos resta a saudade para reviver…
Alzira Macedo
Hoje domingo, nao vou reviver, mas sim viver este dia em maravilha...
Convido-vos a que passem um optimo domingo e sorriem muito
A felicidade de viver e gozar a vida tá dentro de cada um de nós...
beijos
O tao esperado
Depois de uma noite agitada...
Com o cansaço da viagem ainda não nos tinha, saído o barulho do comboio das nossas cabeças (pouca terra, pouca terra, pouca terra.)
Era assim, que por fim demos nome ao barulho que se infiltrou em nossos ouvidos e teimava em não sair.
Acordamos uns atrás dos outros, ou aliás uns acordaram os outros e corremos procurar nossa mãe…
Naquele momento sentimos deslocados, aquilo tudo não era o nosso mundo, o sentimento do medo e da insegurança se instalou….
O meu irmão mais velho António José, já sentia a responsabilidade nos ombros e fazia-se de forte…
Olhar esguio sorriso seguro e (a cabaninha do menino Jesus na testa)
tenho de explicar esta:
Pois bem a cabaninha do menino Jesus, era um corrupio no cabelo por cima da testa, que lhe fazia como se fosse um telhado no alto e por baixo era oco, uma gruta (também era assim que faziam a cabaninha do menino Jesus no presépio da igreja da aldeia.
E nós garotos, para lhe arreliar dizíamos que ele trazia a cabaninha do menino Jesus na testa.
Então ele cheio de segurança disse:
Não tenham medo aqui é a nossa casa nova.
Enquanto nós íamos olhando desconfiados de um lado para o outro , ele dirigiu-se para a televisão e lá começou a mexer sem saber ao certo o que fazia…
ficamos de olhos arregalados…
Naquela caixa preta tinha pessoas normais a cores, a falar e a mexerem-se!!!
Oh mas que estão essas pessoas aí a fazer? E por onde entraram elas? Fomos a correr para trás da televisão ver se tinha uma porta, mas nada…
ficamos meios sem saber o que pensar era um truc de magia, sei lá ao certo as mil ideias que nos passaram pela cabeça….
Mas o mais estranho é que pareciam ser simpáticas, elas sorriame falavam dirigidas para nós...
Mas nós não entendíamos nada do que diziam…
Nós os mais pequenos perguntamos ao meu irmão mais velho que apenas tinha 15 meses mais do que eu…
Tone Zé o que eles dizem? Nos não entendemos nada…
ele todo cheio de segurança disse: isto é Francês e está a dar os bons dias e dizer o programa de hoje…
E nós outros ficamos boquiabertos como o nosso irmão era inteligente, não tivemos tempo de pensar em mais nada que ouvimos vozes dos nossos pais do outro lado do quarto…
A correr e aos gritos fomos ao encontro deles, lá estava minha mãe a analisar o que havia na cozinha e como funcionavam todas aquelas coisas novas (Fogão, frigorifico o aquecimento a carvao) já era uma grande dor de cabeça saber ao certo para o que serviam e como funcionavam…
O meu pai lá lhe ia explicando o que sabia, repentinamente o nosso olhar vai para cima da mesa…
Um pão muito comprido e muito fino, olhos arregalados dissemos o que é isto?
Meu pai explicou que era uma (baguette) pão francês…
E já estávamos de sorriso nos lábios, a fome já tinha chegado devoramos a (baguette,) que bom estaladiço, era comer e morrer por mais…
Bem pelo comer, já foi bom vir para França tinha pães grande pensamos nós.
Abrimos a porta que dava para o corredor que nos dirigia ou para o quintal (Terreno por trás da casa), ou para o pátio da entrada, e para o sótão enfim muito terreno para descobrir….
Olhamos de um lado para o outro confusos sem saber a direcção que iríamos tomar e de repente ouvimos vozes que vinham de trás de casa….
Em banda lá fomos nós a correr para o jardim, era um pedaço de terreno mais pequeno do que em Portugal, mas muito arrumadinho tudo em linha e certinho e havia muitas flores até erva verde muito certinha…
havia uma rede no fim do jardim que fazia com que a visão fosse possível para o que estava do outro lado…
então vimos muitas crianças a brincarem do outro lado, meios escondidos espreitávamos o que eles faziam…
Nós de cabelos e olhos escuros, pele morena com roupas ao escuro também…
víamos crianças brancas, de cabelos loiros, outros até ruivos com uma pintas castanhas na cara de roupas multicolores pareciam arco íris…
Nós ficamos ali parados um tempão sem nos mexermos que era para eles não nos verem, do nosso jardim podia-se ver o recreio de uma escola…
Eles eram diferentes no sentido que as roupas deles era nova sapatos a briharem e todos muito bem penteados, brincavam com brinquedos diferentes dos nossos...
Saltavam á corda individualmente, ou saltavam ao elastico onde precisavam serem 5, com bolas de berlim de cores lindas ( Já nao era com botoes como faziamos) e outros jogavam futebol com uma bola verdadeira que rolava muito.
Depois tocou uma campainha e sem darmos conta tudo corria de um lado para o outro e se colocaram em fila indiana e uns depois dos outros lá iam entrando para o edifício…
Ali ficamos parados a olhar uns para os outros, parecíamos refugiados com medo do que estávamos a observar, era uma novidade assustadora…
Quando nos sentimos em segurança que ninguém nos via então regressamos para dentro de casa.
Ainda a explorar os recantos á casa, pois era enorme e diferente do que conhecíamos, que precisamos muito tempo para conhecer todos os recantos…
E quando ouvíamos gritos de crianças, não era preciso dizer nada, todos nós deixava-mos o que tínhamos nas mão e corríamos para o quintal, para o nosso refúgio , observar o que eles estavam a fazer…
Os dias foram passando e nós íamos habituando á nova vida…
As ruas todas em alcatrão, não havia os nossos caminhos de terra batida os nossos muros de pedra e as flores a crescerem no meio delas.
Em França as estradas eram limpas, nunca víamos papéis ou outras sujidades espalhadas.
De onde a onde existiam baldes para se colocar o lixo, vivíamos noutro mundo tão diferente.
Já não podíamos correr pés descalços pelas ruas, nem brincar os nossos jogos (aros, pneus bolas de pano e arreia). Só podíamos brincar em casa.
Minha mãe poucas vezes sorria, nós olhávamos para ela fazíamos perguntas ela respondia sempre com um sorriso e olhar triste.
Por vezes víamos ela a chorar, não entendíamos porquê de tanta tristeza.
Meu pai ia trabalhar como pedreiro, saia cedo e regressava no fim da tarde, por vezes discutiam, ou porque nós tínhamos feito asneiras, (Claro isso não podia faltar éramos traquinas)
Ou por razoes económicas deduzo eu, pois a vida não era fácil, ou por outras razoes que nos passavam despercebidas.
Ouvi muitas vezes a minha mãe chorar e dizer, não aguento mais, quero ir embora…
Mas o tempo ia passando e nós íamos vivendo no nosso mundo novo...
Lembra-me que havia lá em casa uma máquina de lavar a roupa que tinham oferecido ao meu pai…
já por si ter máquina de lavar roupa, era novidade e aquela tinha uma particularidade muito engraçada para nós. Tinha-se de colocar a água ao balde, depois ela lavava e rejeitava água e tinha de se colocar novamente água limpa ao balde até acabar de lavar a roupa.
Mas um dia essa máquina avariou e minha mãe lavava a nossa roupa á mão e numa bacia…
Até o meu pai decidir e fez-lhe um tanque em pedra e cimento para se lavar a roupa, e foi feito nesse pátio da entrada que eu tanto escrevi, tinha um telhado para caso de chover minha mãe não se molhar…
Passava muita parte do tempo dela, a lavar no tanque e era lá onda a víamos muitas vezes a chorar…
Evidentemente que ficávamos tristes e chorávamos também. Por vezes minha mãe cantava músicas tristes do nosso país, que nos fazia recordar o meu irmão Fernando.
Que teve de ficar em Portugal, porque não tinha passado na visita médica por causa dos pulmões dele, estavam enfraquecidos…
Então as saudades começavam a roer-nos a alma, o aperto no coração começou a ser mais presente.
Começamos aperceber da tristeza da minha mãe, como também percebemos que as musicas que ela cantava eram quadras dela, dirigidas ao filho que teve de deixar.
Gostávamos de a ouvir cantar, mas ao mesmo tempo doía, sentirmos a falta do nosso irmão que não podia brincar connosco.
Minha mãe começou a escrever quadras para meu irmão, e ia guardando para um dia lhe entregar, para que ele percebesse o quanto ela vivia triste por ele não estar presente, e que não o tinha abandonado.
Escrevia sempre para a família em Portugal para saber notícias do filho, mas os correios naquele tempo demorava semanas até receberem as cartas e as notícias eram poucas.
Mais uma vez tenho de admitir, que criança faz mesmo asneiras e mais tarde se arrependem...
Uns com os outros a brincar, destruímos as quadras que minha mãe escrevia, e hoje poucas tenho para poder publicar o grito de dor que uma mãe sente quando não pode ter os filhos a seu lado.
Ainda consegui recuperar alguns e aqui podem ler e sentir o desgosto que uma mae transporta no coração…
Querido filho o amor é tão grande
não tem largura nem comprimento
eu vá por onde for
estás sempre em meu pensamento
Eu vivo muito triste
por não estar aí
mas a vida assim o quis
que eu sem ti, viesse para aqui
Filhos, nomes tão queridos,
Nomes, que tanto adoro
bem devem adivinhar
Por quem tantas vezes eu choro
O meu pobre coração
tem tanto para sofrer
ainda falta tanto tempo
para te tornar a ver
Ó meus queridos filhos
que tanto bem vos quero
vos desejo toda a sorte do mundo
é tudo que eu quero.
Sinto-me, muito triste
a culpa não é de ninguém
acho que foi o destino
que me abandonou também
o meu coração
de duro se quer fazer
a tristeza é tamanha
que não consigo a combater
Escrevo tanto, tanto
não quero que me chamem de louca
tudo, isto é do coração
o que sai da minha boca…
E foi com este sentimento de dor que minha mãe, viveu as saudades que sentia do filho.
Ter de aguentar a distância do olhar, do abraçar, do beijar e lhe pegar ao colo, ele era tão pequenino precisava tanto do seu amor e carinho….
Aguardem o próximo capítulo …
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