Sábado, 9 de Janeiro de 2010

Retrospectivo...

 

 

 

Um pensar, um olhar, um recordar…

 

Num fragmento de segundo, abro os olhos num acordar de uma noite, fria de inverno…

Sozinha e inerte neste vale de lençóis,  que me aquecem o corpo e nunca a alma…
Descubro o que tanto me faz sentir, essa sensação de saudade arrebatadora e incontrolada de cada bater no meu peito…

Essa sombra que se aloja que não sai quando a sacudo, que resiste e permanece mesmo sabendo que me faz mal.

Olhos meios serrados ainda como pesados, pelo pensamento...

Vejo através uma neblina,  espessa e ao mesmo tempo transparente que me deixa ver através ela…

Um filme vivido…

Um momento partilhado, sem preocupação do gozo total, porque cada momento era repentino, impensado, incontrolado…

Na mente de quem o viveu, nunca se preocupou, se viveria eternamente, sempre sorridente e caminhando em frente…
Na margem da lembrança revejo o momento da chegada num país longíssimo, frio distante diferente…

Mas que depressa se tornou meu, pela conquista nas amizades, no idioma, nas realizações, no emprego…
Foi uma luta constante, sempre acompanhada pela vivacidade da tenra idade…
Essa que nos dá forças, que nos faz caminhar, que nunca nos mostra os perigos da vida…
Quantas noites passei,  pelas ruas da cidade olhando o céu,  sorrindo para lua, brincando com os amigos…

Com minha família, rebolando pela neve, fazendo bonecos de neve, mesmo brincando ao escorrega e guerra de neve…
Essas amizades, essas brincadeiras que jamais esquecemos…
Quantas partilhas de segredos, sentados num bar acolhedor com musica ambiente e cocktail na mão…
Era mesmo outra dimensão outra forma de viver.

Quantas entradas em casa pela madrugada, depois de ter passado uma noite de divertimento, de dança que me fazia feliz…
Quantas vezes peguei na viola e me diverti, assim como meus convidados, no jardim da minha casa cantarolando o fado…
Não sabia cantar, mas animava a malta riamos como loucos e fazia-nos bem para que a saudade do nosso país não fosse tão forte…
A confiança reinava, a partilha era uma constante…
Quantas vezes ia ao lago dos cisnes, ao jardim botânico, ao teatro, ver mesmo show de travestes…

Quantas vezes fui ao cinema, ver filmes de (horror que não gosto) mas ia fazer companhia…
Fazendo eu,  assustar os que estavam sentados a meu lado,  com meus gritos…  (Era pipocas a voar por todo o lado ahahaha)

E o gosto que me dava ir ao (auto-kino) Cinema no carro… Fazia-me lembrar os anos 60 giro mesmo..

Vezes sem conta que fui fazer patinagem artística, fazendo cair, quem me acompanhava de mão dada, caia-mos uns sobre os outros á gargalhada…

Quantas viagens fiz pela Europa, visitando amigos e familiares…

Deixando agora tudo para trás…

Regressei ao meu cantinho tão amado, tão desejado, mas onde nada se passa…

Onde tudo que fugir da dimensão de cada mente, é repugnado, é desvalorizado.

 É mesmo julgado…

Deixei de viver, de ser eu, de ter tanta vivacidade, estou a ficar enferrujada na mente…

Por vezes já dou comigo a analisar, se é errado o que digo, o que faço, o que sinto, o que partilho…

Ao acordar bateu-me a saudade, de ser como era…

Senti vontade de ser…

Pássaro volátil, partir e nunca mais voltar…

De viver o que a vida tem para me dar, sem deixar rastos nem traços meus…
Porque nada somos…
Agarramo-nos á vida, ás pessoas, ás coisas e nada nos pertence…
Um dia partimos deste mundo…
deixamos tudo para trás…

Por ventura quem fica, nem a saudade sente, nem um pensamento perdem connosco…

“Somos passageiros da vida num fragmento de tempo..”

 

 

 

 

Bem escondido no fundo da minha alma
Alzira Macedo

 

 

 

 

sinto-me: Recordando com saudade
música: Cher (Strong Enough)

publicado por Alzira Macedo às 10:36
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Quinta-feira, 5 de Novembro de 2009

Doces recordações pela manha...

 

Ontem...Hoje...E o amanha...

 

Em nossas vidas nada, é coincidência…
tudo é premeditado, ou providenciado
pelo tempo ou pelas pessoas
pelos sonhos, pelas ilusões,
pelos acontecimentos
Ou mesmo pelas recordações

O tempo encarrega-se de apagar
um rosto, um corpo
Mas nunca a lembrança
de quem soube fazer
 de um pequeno momento
uma grande recordação

Um dia…
 em algum lugar
nos iremos reencontrar
perdoa-me se uma lágrima
teimar em sair
será a explosão
da saudade contida
do desejo sentido
e da alegria em te ver
recordando momentos de prazer

Vivo no ontem
no momento de felicidade
á espera do amanha
porque hoje…
 vivo na recordação
Ao acordar pela manha
 abri a janela do meu quarto
tudo vive calmo e sereno lá fora
uma brisa suave que faz baloiçar
 as arvores as flores
faz amor
com as pedras da rua
com a natureza…
baloiça meus cabelos e sussurra-me
Ao ouvido
belas palavras do vivido
do acontecimento
me dizendo baixinho
não deixes ficar no esquecimento


Busco a felicidade, no mais profundo da minha alma
encontro…
Serenidade, paz e harmonia
prometendo-me sorrir prá vida...

 

 

Alzira Macedo

 

sinto-me: mo meu "Momento poetico"
música: Eu esqueci de lembrar de mim...

publicado por Alzira Macedo às 09:31
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