Escrava de ti
Embriaguei-me no teu ser...
Conheci, Maria Helena em terras gaulesas…
Não pessoalmente, mas através da rádio Alfa.
Altura em que apresentei o meu livro de poesia “Longe da vista, nunca do coração…
Ela muito sorrateirinha, me ouvia e imaginem só desde as 5h da manhã…
Eu nem imaginava que nessa hora alguém se levantava para ouvir minhas poesias…
Falava na rádio, como se fosse entre amigos…
Mas não os vendo…
Não imaginava eu, que durante as madrugadas, camionistas, taxistas, mesmo nas obras a rádio Alfa era ouvida…
Quanto mais ao fim de semana onde todos nós queremos dormir…
Se levantariam para participarem…
Digo participarem, porque os ouvintes ligavam para a rádio dando bom dia,
desejando felicidades e outras mais mensagens…
Mas continuando com Maria Helena, uma doçura de pessoa que sempre me acarinhou, sempre me incentivou…
Emocionava-se com minhas poesias, nem ela nem eu sabia-mos a idade de cada uma…
Quando decidi regressar a Portugal e deixar a rádio Alfa porque as viagens seriam bem mais dispendiosas e quase impossível lá ir…
Recebi o maior conforto de sempre…
Os telefonemas…
Os ouvintes ligaram para a rádio querendo saber meu numero…
Uma delas a Maria Helena…
Fomos falando e nos conhecendo…
Soube então que podia ser filha de Maria Helena…
Mas isso pouco ou nada me diz, porque amo as pessoas pelo que são e não pela idade…
A simplicidade dela e o carinho e mesmo a amizade dela fez com que ela se torna-se uma pessoa excepcional para mim…
Um dia enviou-me correio com poesias escritas por ela á mão…
Guardei-as como relíquias…
Ela se desculpou, dizendo “Não sei trabalhar com o computador, não tenho estudos…
Lhe disse, não se preocupe com isso, também gosto de receber correios, torna-se mais pessoal, mais acarinhado pela dedicação e tempo que demora a cá chegar…
Pouco tempo atrás, recebo noticias de que Maria Helena ia deixar a emigração e regressar a sua terra natal… “Algarve Portugal”
Fiquei feliz por ela, porque sei que sempre foi o seu sonho…
Hoje ela cá está, vive cá, mas também viaja muito até França…
O melhor da historia, é o orgulho que tenho nesta mulher amiga…
Imaginem aos 60 anos decidiu tirar um curso de computador…
Verdade, hoje envia-me e-mails, fotos, poemas…
È um espectáculo adoro esta garra que ela tem…
E tenho o orgulho de a apresentar aos meus amigos internautas…
Ela vai falar um pouco de si…
FANTAZIAS
A poesia é como um êxtase
Que cura as mágoas da alma
E nos trás em cada frase
Um sobrenatural que nos calma
Maria Helena Ramos
Nasci na freguesia de Estói concelho de Faro a 12 de Junho de 1949:
frequentei a escola primária, até à quarta classe sem ter a possibilidade de meios financeiros de conseguir ir mais alem.
Assim disse adeus ao meu sonho de infância. Encontrando o grande amor da minha vida aos dezoito anos, para um ano depois ter dado o sim em frente ao altar, para ser mãe por a primeira vez na primavera dos meus vinte anos.
E como tantos na epopeia do fim de os anos 60, emigrei para França na qual vivi e trabalhei durante quarenta anos sem nunca esquecer a minha terra natal.
Após ter regressado, actualmente já reformada tendo colaborado na Rádio Alfa dos Portugueses de a região de Paris “ na emissão Raiz Lusitana e ainda actualmente na Alameda dos Poetas”, assim como numa rádio local a “Rádio Restauração”.
Agradeço em primeiro lugar a meus saudosos pais, na qual eu herdei esta linha poética, a meu marido por esta liberdade de me exprimir assim!..
A meus filhos, por terem alcançado mais que outrora sonhei para mim e a todos meus amigos por aceitarem a minha maneira de ser.
Um abraço enorme com imensa amizade·
Crónica De Sentimentos Diversos
Quando minha inspiração dá asa ao pensamento
Ò que a minha voz entoa e parte ao vento
Quando o meu eco como outrora ainda soa
E na minha interrogação procuro compreender pessoa
Sem deixar de admirar os sonetos líricos de Camões
Eu hoje voltei as minhas antigas tradições
Aqui onde posso ver o por de o sol ao horizonte
E aquele caminho, encerrado onde outrora fui á fonte
No tempo em que não conhecia textos de Garret nas folhas caídas
Nem sequer as antologias medievais poéticas de outras vidas
Hoje parei olhando ao meu passado e vejo
Que a vida deu-me talvez tempo de sobejo
Neste caminho que por ela eu atravesso
Agora no presente onde só o passado eu conheço
Outrora foi meu sonho tornado em realidade
Talvez que na minha alma haja a saudade
Aqui sobe as pedras que marcaram minha infância
Olho ao penedo de os meus tempos de criança
Hoje neste viver quase campesino e tão real
Assim eu quis é meu pais é Portugal
M. HELENA RAMOS
Forma de sentir
Minha alma estranha,
quando não sente!
o optimismo natural.
Do acontecimento,
quando palavras mansas
me fazem desesperar.
Paro
Penso
Medito
aprendi a ouvir o íntimo,
que reclama…
Que grita…
Por falta de amor,
de compreensão…
Olhando a enormidade do egoísmo
existente,
do pobre
e do feliz descontente.
Aparências,
somente aparências
parei novamente!
porque nada mais me ocorre?
O tempo nos ultrapassa,
deixando para trás
momentos vividos partilhados
o que vem a seguir?
Não sei…
saberás tu?
hummm…
Deixa-me pensar novamente
vem mais um caminhar
sem rumo
sem sonhos
um caminhar por caminhar
assim é premeditado
pelos não viventes
pelos não sonhadores
encosto-me no tronco da vida
vejo-te passar
sombrio
sem horizontes
acendo um cigarro
a luz da chama
te alerta
suspiras
e passas em frente
olho o céu
e reclamo
porquê?
as estrelas encandeadas
baralham-se em incertezas
a lua madrasta, responde
dissabor…
não encontraram o caminho
do sorriso
da felicidade
do caminhar com suavidade
apenas conhecem dor
nesta maratona que se chama vida
apago o cigarro
desencosto-me
e vou sorridente
ao encontro dessa vida
que encontrei em mim
que vejo em ti
sou sonhadora?
Irreal?
Não…
apenas
feliz por existir
Alzira Macedo
Refaz-me viver…
Nesta noite selvagem
do dar e do querer
do partilhar sem pertencer
quero ser uma louca mortal
em te amar
em te pertencer
de todos os males esquecer
aquece minha alma como só tu sabes
dá vida e brilho ao meu corpo de mulher
que vai perdendo o sentido do viver
dá-me uma prova desse teu amor
Deixa-me sentir teu coração
não quero sentir apenas ilusão
quero recomeçar a acreditar
nesse amar
que tanto se fala e não se vive
nesse ninho de emoções
nessa hora de confusão
onde a alma se mistura com a razão
não quero mais viver o dia sem sol
a noite sem estrelas
O melhor de mim foi entregue a ti
devolve-me a felicidade
que tanto quis dar
que perdi no momento não vivido
não partilhado
hoje sinto saudade dessa noite de loucura
acordo tantas vezes sozinha
um calafrio entra em meu corpo
recolhendo-me pela falta desse teu amar
dessa tua presença
acho que te amo demais
enquanto a ti tanto te faz
choro na saudade que me restou
pela falta que sinto de ti
tua voz vem de longe
teu timbre já pouco ouço
vais parecendo uma miragem
que outrora me conquistou
e hoje me abandonou
quero voltar a sentir-me desejada
em teus braços me aconchegar
em teus beijos me perder
e confundir-me nos teus…
Meus sonhos
Alzira Macedo
naufraguei
numa tempestade de emoções
num turbilhão de dores multiplicas
remei contra tempo
contra marés
contra tudo e todos
cansada de batalhar
deixei-me afundar
no abismo
da desilusão
da tristeza
do desespero
no descontentamento
senti-me engolir o fel
do abandono
do engano
submersa de desilusão
parti com vontade de não regressar
Fui recolhida pela lua
que me ouviu emocionada
as estrelas, iluminaram meu caminho de regresso
O sol aqueceu minha alma
O mar, rejeitou-me á vida
o vento me empurrou até aqui
A natureza
se encarrega de me fazer caminhar
passo a passo
A semente começa a brotar dentro de mim
a chuva irá me regar dia após dia
a vossa amizade, vai me fazer acreditar em mim,
na vida
no futuro que o destino de mim escondeu
A poesia é
minha melhor amiga, conselheira
O futuro é incógnito
daí começar a dançar lentamente
e viver este presente
Alzira Macedo
Sei quem e o que és…
Nem de longe, nem de perto
duvidei quem eras…
um dia pousaste em minha janela
encantaste-me com teu cantar
com tua forma de estar
Protegido ou não pela luz do dia
vieste para ficar
e disso nunca irei abdicar
Vivo?
Vives em meu ser
nas minhas noites, mais tristes
nas minhas madrugadas mais solitárias
reflectido em cada olhar
em cada pensamento e em cada sonhar
És amante, amigo
cantando lindos versos de embalar
holograma…
sem ser…
posso te sentir, te ver
talvez nunca te pertencer
fazes parte deste meu viver
num espaço de dois mundos
diferentes, e tão iguais…
Desvaneces?
Não creio
Teu sorriso, tuas palavras
ficam marcadas para a eternidade
O amor sem realização
Mas constante em nosso coração
Ilusão…
de quem?
de ti de mim…
Não…
Vive eternamente nesta minha imensidão
Nesta minha arvore que floresce em cada manha
sem nada pedir…
sem nada exigir
Nada apagarei
nem mulher, nem amiga,
nem sonho, nem conquista
Nesta tela pintada por nós
ficará mais bela com cada cor
de cada sorriso, de cada lágrima,
de cada dor,
nesta busca de entender a realidade
A luz da esperança nasceu
dizendo…
Escolheste a melhor oportunidade que a vida te deu
Alzira Macedo
Ousadia ou não…
Virada para o lado do sonho me perco
quero viajar
e nunca mais regressar
nas tempestades do mar revolto
quero pertencer
nele me deitar
navegar
nas ondas mais turbulentas
te amar
no êxtase, da maré baixa
descontrair e sorrir
pela ousadia
às estrelas eu quero lá chegar
poder brilhar e dizer…
Sou a felicidade
sem pudor nem vaidade
pertencer eternamente
á noite magica dos enamorados
que se encantam com tal beleza
Ao sol queria eu lá chegar
impossível sem me queimar
é mais forte do que tu do que eu
mas nunca de nós
que aquecemos o universo com nosso amor
pela vida…
Não…
por nós…
por eles…
pelos que não sabem o que é amar
Queria ser muito mais
ser a alegria para te fazer sorrir
ser a esperança
para não te ver partir
ser a verdade
para te realizar
Só sei que quero ser tudo e nada
porque do nada se nasce…
do tudo
se completa…
sinto poder ser tudo
só preciso de ti a meu lado…
Alzira Macedo
NATAL!!!
Palavra, pequena para dia tão especial.
Dia de nascimento de Jesus em Belém!
Que se criou e se fez homem para nosso bem.
O meu desejo para esse dia!
Que possamos meditar…
se vale a pena o mundo se massacrar
Deixar por nós o coração falar,
Esquecer o ódio para se aperceber
De todo o bem que ainda podemos fazer.
Todos nós tentamos, natal da melhor maneira passar!
Nos esquecendo por vezes, dos que na rua iram ficar.
Dia em que o nascimento,
do menino Jesus, devemos celebrar…
E há quem, só pense as prendas desembrulhar.
Não devemos fechar os olhos ao mundo,
Mas sim…
passar natal, em família e com sentimento profundo.
Ainda me lembro.
Quando era-mos crianças!
Corria-mos nos montes à procura de pinhas mansas.
Os tempos eram bem difíceis,
os pais pouco tinham para nos dar!
Mas nossos sorrisos e olhos brilhantes,
Faziam para que a alegria fosse contagiante.
Consigo me recordar,
o lume a arder panelas pretas a ferver!
O cheiro da resina, das nossas pinhas a assar.
Eu adorava o natal na nossa casa festejar.
O cheiro do pinheiro, da canela das rabanadas, da aletria…
O natal é para se viver com alegria.
Seja pobre, ou rico, doente ou preso de liberdade!
Passem um santo e feliz natal.
E tenham um pensar para o bem da humanidade.
Alzira Macedo, in "Longe da vista, nunca do coração"
Junho 2005
Sinto e quero sentir…
Cada vez mais eu sinto esta pressão…
despejar de alma e coração
Não sou madre Teresa de Calcutá
nem de lá se pareça…
Nunca conseguirei atingir tanta bondade,
tanto amor, tanta caridade
Mas penso, sinto, sofro
pela vida infernal que alguns humanos teimam em viver
sem a nada nem ninguém respeitar e entender
Minha revolta dá lugar á dor…
Mas também á luta á conquista…
Quanto mais me ferem, mais eu teimo em semear a esperança
A bondade, a amizade
Porque acredito que existe o bem…
escondido mas ele existe
disso tenho certeza
tu que me lês sabes disso
tu que partilhas a mesma opinião concordas
Somos poucos talvez…
Mas esperançados no amanha…
porque hoje já fizemos o que tinha-os a fazer…
Divulgar, amar sem preconceitos e medidas
Não nos entendem!!!
Não nos querem perceber…
Não tem mal iremos continuar
Porque o amor é sólido é valido
dá-nos as forças suficientes de continuar
seja esta sempre a nossa vontade…
Nasceu em mim esta vocação
de levar a alegria ao vosso coração
Mesmo sendo um caminho árduo
vale a pena!!!
Alzira Macedo
Florescer no sentir…
Senti que em cada amanhecer,
foi um florescer
foi uma baforada
de ar puro em meu ser
uma sensação desconhecida
até então reprimida
foi nesse nascer
que notei a beleza
de cada amanhecer
Meus pensamentos sempre ausentes
minha concentração perdida
nos belos momentos
vividos, partilhados,
emocionantes e desejados
cada paisagem tinha seu encanto
a voz do mar que me reclamou
todo o momento que por mim passou
Sem nada dizer aceitei
nada tinha que retorcer
pois esse era meu ser
Meu desejo adormecido
mas nunca escondido
palavras não ditas
Mas sentidas
Planear
não está em meu pensar
A vida, o acontecimento
não se planeia
vive-se e devaneia
Paginas de um livro
chamado vida
em branco escrito
não fariam sentido
no pensamento somos livres
de tudo dizer de tudo aprender
talvez não viver
porque a hipocrisia existe
o sentido de culpa permanece
com ele acordas e adormeces
O que existe entre tempo
chama-se encandeamento
sem hora sem fim
sem corpo sem alma
Com saudosismo
entrego-me ao desejo
de cada pormenor,
de cada palavra,
de cada momento,
cada segundo
que me fugiu no tempo
Alzira Macedo
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